A Prefeitura de Fortaleza lançou, na noite desta sexta-feira, 17, a Patrulha da Diversidade, iniciativa que vai atuar no acolhimento e no encaminhamento das vítimas de violências LGBTFóbicas. Lançamento da política pública ocorreu na Praça da Gentilância, no bairro Benfica—, e aconteceu simbolicamente na data em que se celebra o Dia Mundial da Luta contra a LGBTfobia.
Por meio da ação uma viatura da Guarda Municipal (GMF) vai atuar atendendo especificamente ocorrências de violências contra o público LGBTQIA+, com agentes fazendo abordagens e encaminhamentos junto ao Centro de Referência Janaina Dutra e à Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrim). Expectativa é que atuação tenha início em junho próximo.
Para garantir que as vítimas sejam acolhidas de forma humanitária, os agentes que fazem parte do efetivo vão passar por uma formação específica. “Eles (agentes) vão ter um treinamento voltado para a diversidade. É um treinamento onde eles vão saber das leis, como proceder, pra onde levar, (de que forma) acompanhar essa pessoa que sofre essa violência”, explica Islândia Sousa, subinspetora da GMF.
Além da Guarda Municipal de Fortaleza, a iniciativa também acontece com o apoio da Secretaria Municipal da Segurança Cidadã (Sesec), da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS) e da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CODIVS).
Conforme Andrea Rossati, Coordenadora da Diversidade Sexual do Município, iniciativa é um programa piloto e a ideia é que ela seja ampliada futuramente, aumentando inclusive o número de viaturas que operam na ação. Para a representante, esse é o pontapé inicial para reduzir o número de violências contra população LGBTQIA+, principalmente considerando o fato de que, no Anuário de Segurança Pública de 2023, o Ceará aparece como o estado brasileiro que mais mata pessoas dessa comunidade.
Além de representantes dos órgãos responsáveis, evento reuniu também populares curiosos em conhecer mais sobre a iniciativa. É o caso de Rosane de Castro, 62, que soube do lançamento por meio do WhatsApp e foi ao local conferir.
“Há trinta anos nós (população LGBTQIA+) eramos presos, eu já fui presa três vezes (…) Pra mim isso (Patrulha da Diversidade) é uma coisa muito importante, eu fiquei muito emocionada. Eu chorei quando recebi o WhatsApp, porque me lembrei das prisões”, relata a cuidadora.