As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul deixando mortos e desabrigados devem resultar em aumento de preços em alguns produtos vendidos no Ceará. O impacto já é observado, especialmente, no arroz. Mas, nas próximas semanas, é esperada uma elevação em outros grãos, embutidos e carnes.

Mas não há risco de desabastecimento e racionamento de itens, segundo asseguraram o analista de mercado da Companhia de Abastecimento do Ceará (Ceasa), Odálio Girão, e o presidente da Associação Cearense dos Supermercados (Acesu), Nidovando Pinheiro, em entrevista ao O POVO.

O motivo do aumento é a devastação sobre a produção em municípios onde estão localizados polos produtores ou distribuidores. Os municípios de Dona Francisca, Itaqui, Santa Vitória do Palmar e São Borja, cita Odálio, foram impactados e, por isso, o fornecimento de arroz na Ceasa já foi abalado.

Arroz e outros grãos mais caros

“Nós já tivemos um aumento. O arroz estava a R$ 4,75 (o quilo) e passou para R$ 6, um acréscimo de 4,35%. Já é efeito das chuvas”, calculou o analista de mercado da Ceasa.

O impacto sobre o preço do item, diz ele, é inevitável, uma vez que 80% do arroz consumido em todo o Brasil – e não só no Ceará – tem origem no Rio Grande do Sul. Os armazéns também não são suficientes para reter carga capaz de amortecer a demanda, o que causa o reflexo imediato nos preços.

Além disso, outros grãos também produzidos naquele estado, vão sofrer impacto das chuvas na produção e distribuição. Logicamente, o preço vai aumentar. São eles:

  • Feijão de corda;
  • Milho;
  • Soja.

“Todos esses grãos vão ser majorados nas próximas semanas. Não deve chegar a 10% porque há outros estados que devem atuar”, afirmou, alertando que o impacto sobre milho, soja e feijão deve ser menor pela capacidade de produção de Goiás, Paraná, São Paulo e Minas Gerais de atender o mercado nacional com esses itens.

Odálio afirma que a estratégia já anunciada pelo Governo Federal de importar arroz para diminuir os efeitos no mercado nacional deve surtir efeito. A origem das cargas, aponta, devem ser:

  • Argentina;
  • Chile;
  • Peru;
  • Índia;
  • China;
  • Tailândia

Fonte: O Povo

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