O jornal Diário do Nordeste apontou em matéria pública hoje, que em oito anos (de 2017 para 2024), pelo menos 84 agentes estaduais (entre policiais civis, militares e penais, além de bombeiros militares) foram vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais, no Estado, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).

Levantamento feito pelo Diário do Nordeste, caso a caso, mostra que pelo menos 69 vítimas (ou seja, 82,1% do total) morreram fora do serviço. O último crime vitimou o sargento da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Carlos Antônio de Sousa, de 45 anos, morto a tiros a caminho do trabalho, no bairro Parque Santa Rosa, em Fortaleza.

Essa foi a quinta morte violenta de policiais no Ceará, em menos de quatro meses de 2024. Nos últimos oito anos, 2017 foi o ano que teve mais mortes de agentes estaduais: 27 (dos quais 25 não estavam de serviço). O ano que teve menos crimes fatais contra policiais foi 2019, com 2 casos (nenhum deles estava de serviço).

CONFIRA OS NÚMEROS DESSES OITO ANOS:

2017: 27 agentes mortos (25 vítimas não estavam de serviço)
2018: 11 agentes mortos (as 11 vítimas não estavam de serviço)
2019: 2 agentes mortos (as duas vítimas não estavam de serviço)
2020: 11 agentes mortos (9 vítimas não estavam de serviço)
2021: 9 agentes mortos (7 vítimas não estavam de serviço)
2022: 10 agentes mortos (pelo menos 6 vítimas não estavam de serviço)
2023: 9 agentes mortos (pelo menos 4 vítimas não estavam de serviço)
2024: 5 agentes mortos (as 5 vítimas não estavam de serviço)
Total: 84 agentes mortos (pelo menos 69 vítimas não estavam de serviço)

A Secretaria da Segurança ressaltou, em nota, que “todos os crimes contra a vida de servidores das Forças de Segurança do Ceará são investigados pela 11ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), unidade especializada em investigar crimes dolosos contra a vida e latrocínios praticados em desfavor de agentes de segurança pública do Estado”.

Dos cinco crimes registrados no ano corrente, a Pasta informou que três já tiveram a autoria identificada e prisões. “A SSPDS e suas vinculadas Polícia Civil e Polícia Militar do Ceará (PMCE) reiteram ainda que não medem esforços para elucidar os casos, bem como identificar e prender os suspeitos das ações criminosas.”, ressaltou o Órgão.

PM FOI PERSEGUIDO POR CRIMINOSOS PERTO DO QUARTEL

Câmeras da região mostram que o sargento Carlos Antônio de Sousa, que pilotava uma motocicleta, foi perseguido por dois homens em outra moto, que atiraram contra o PM. Carlos Antônio ainda parou o veículo, caiu no chão e morreu no local, entre as ruas Tulipa Negra e Francisco Batista da Silva. A principal suspeita é de que o crime tenha sido uma execução, já que nenhum pertence do policial foi levado pelos criminosos.

era a distância do local do crime para o Canil da Polícia Militar do Ceará, onde Carlos Antônio de Sousa trabalhava. O militar era lotado na 4ª Companhia de Policiamento com Cães (CPCães), ligado ao Comando de Policiamento de Choque (CPChoque).

Um oficial da Polícia Militar, que não quis se identificar, chamou atenção para o fato de que o sargento Carlos Antônio de Sousa foi morto próximo do quartel. “Até pouco tempo, os PMs estavam morrendo na folga, mas enquanto fazia serviço particular. Hoje, não, o PM tá na folga e sendo caçado. Esse último policial foi executado, não levaram arma, nem celular, nem a moto”, analisa.

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