Com protestos de vários deputados da esquerda, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) é o novo presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. A votação ocorreu nesta quarta-feira, 6. Foram 22 votos a favor e 15 em branco. Embora, por acordo, a presidência da comissão fosse destinada a um membro do PL, a indicação de Nikolas pelo partido causou revolta entre os petistas. Eles tentaram atrasar a reunião, marcada para as 15h. A votação começou apenas por volta das 19h30.

Para parlamentares da base governista, a escolha do PL foi ideológica, não técnica.

Membros do PT alegaram que já havia consenso para que o escolhido fosse Joaquim Passarinho (PL-PA), um nome considerado mais moderado. Mas essa decisão não foi respeitada.

Durante a votação, a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) fez um pedido de ordem para tentar barrar a indicação do deputado. Ela relembrou que Nikolas Ferreira é réu por transfobia, em um processo que investiga um vídeo publicado em junho de 2022. O pedido da deputada foi negado.

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) defendeu Nikolas Ferreira, destacou que o PT poderia ter escolhido a Comissão de Educação e afirmou acreditar que o deputado fará um bom mandato à frente da comissão.

“O PT poderia escolher a Comissão de Educação, mas escolheu a de Saúde”, disse Cavalcante. “Escolhemos a de Educação. Com relação à indicação do nome do parlamentar, sei que gera preocupações, mas gostaria de dizer que nenhuma comissão funcionará sem diálogo. Nikolas vai ter diálogo com todos, vai respeitar o governo, vai respeitar o PT, e a pauta será consensuada. Tenho convicção do bom trabalho que ele vai fazer, e o tempo vai provar a vocês.”

Nikolas Ferreira não estava presente na votação por causa de uma licença-paternidade, em virtude do nascimento da sua primeira filha. Mesmo assim, encaminhou um vídeo de agradecimento aos parlamentares pela votação na Casa.

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