A partir do dia 01 de Janeiro, já começa com aumento de impostos no Ceará, dessa vez a elevação de 18 para 20% alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que de acordo com do portal Simtax pode impactar em até 100% no preço de vários produtos no Ceará.
“O que inicialmente parecia ser um aumento de apenas 2,00% representa, na verdade, um aumento de 15,56% na arrecadação para o governo do Ceará. Isso, por sua vez, diminui o lucro do varejo e resulta em um aumento de preço para o consumidor final”, analisa, observando que alguns itens serão ajustados automaticamente, como os medicamentos.
Em uma simulação de venda para um produto cujo preço é R$ 100, o portal projeta um aumento de 100% no preço ao consumidor a partir da aplicação de uma margem de 30% e de mais 20% de alíquota do ICMS.
Mas incidindo sobre estes três, a nova base de cálculo deve gerar um efeito em cadeia sobre demais itens do consumo, vide a influência principalmente dos combustíveis e da energia elétrica sobre outros grupos, explica Wandemberg Almeida, conselheiro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE).
O motivo é porque boa parte dos itens consumidos pelos cearenses são transportados via terrestre e um imposto maior sobre diesel e gasolina resulta em artigos mais caros ao consumidor. A mesma lógica é aplicada à energia elétrica usada ao longo da cadeia, apesar de que a tarifa é definida apenas uma vez no ano e não imediatamente, como os combustíveis.
Almeida avalia que a elevação da alíquota do ICMS “acaba gerando uma certa influência negativa”, devido aos impactos em todas as etapas do consumo, desde a produção da matéria-prima até a venda nos supermercados – no caso das mercadorias. O efeito disso são preços mais caros e, logicamente, inflação.
“Mexe com o bolso do produtor, dos empresários, dos investidores e principalmente com o consumidor final, a população”, reforça, lembrando do efeito sobre os serviços também – como salões de beleza, restaurantes e bares.