O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), livrou a empresa J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, de pagar multa de mais de R$ 10 bilhões, informou o jornal O Globo, nesta quarta-feira, 20. Roberta Rangel, mulher de Toffoli, é advogada do escritório que atende a J&F. Ela atua pela empresa no litígio contra a indonésia Paper Excellence em torno da aquisição da Eldorado Celulose, inclusive assinando petições.
O ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski também atua na defesa da empresa dos irmãos Batista.
Na decisão, expedida nesta quarta-feira (20), Toffoli autorizou que a companhia reavalie junto à Corregedoria-Geral da União (CGU) os anexos de seu acordo. O ministro também concedeu à J&F acesso ao material colhido na Operação Spoofing.
Ao Supremo, a J&F alegou que os diálogos vazados pelos hackers mostrariam uma proximidade ilegal entre procuradores da força-tarefa e juízes responsáveis por analisar os processos da Lava Jato, o que indicaria o uso ilegal de provas.
O recurso atendido pelo ministro do Supremo havia sido impetrado pela empresa dos irmãos Joesley e Wesley em novembro, depois que o desconto de R$ 6,8 bilhões na multa concedido pelo subprocurador da República Ronaldo Albo foi anulado pelo Conselho Institucional do Ministério Público Federal.
O acordo fechado pela J&F com o Ministério Público Federal prevê o pagamento de R$ 10,3 bilhões, sendo que a empresa já pagou R$2,9 bilhões. A empresa, no entanto, pede a correção dessa multa para R$ 24 milhões ou, no máximo, R$ 591 milhões.