O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse, nesta terça-feira (3), que a empresa está analisando se será necessário realizar um novo reajuste de preços dos combustíveis ainda neste ano, acrescentando que o mercado de petróleo vive hoje uma “tempestade perfeita” depois que a Rússia parou algumas refinarias e o diesel russo deixou de ser uma opção de importação.
– Já fizemos um ajuste [de preços], e estamos agora analisando a possibilidade ou não de outro reajuste até o fim do ano. O que temos de concreto é que a nossa política de preços está funcionando – afirmou ele, após uma cerimônia que marcou a comemoração dos 70 anos da companhia.
Prates explicou que, desde que a empresa mudou sua política de preços, abandonando a paridade com a importação (PPI), ocorreram inúmeras oscilações do barril de petróleo do tipo Brent, que é a referência usada pelo mercado brasileiro, e também do preço internacional do diesel.
– O “crack” [spread] do diesel disparou, refinarias da Rússia pararam de funcionar, tivemos enxugamento do diesel russo, que estava chegando e fazia um certo colchão de amortecimento [de preço] também. Estamos no mercado com uma espécie de tempestade perfeita que a gente tem de administrar, saber quanto tempo vai durar e quanto tempo temos de colchão – disse.
A decisão de abandonar o modelo do PPI, que acompanhava as oscilações de preços no mercado internacional, foi criticada por economistas e especialistas do setor, segundo os quais a decisão pode provocar uma defasagem grande de preços e afetar a receita da Petrobras. O governo, por sua vez, sustenta que a ideia é “abrasileirar” os preços dos combustíveis.
O último reajuste da gasolina e do diesel anunciado pela Petrobras saiu em 16 de agosto, sendo uma alta de 25,8% para o diesel e de 16,2% para a gasolina.