Durante o seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já registrou uma média de gastos recorde com o cartão corporativo. Ele já gastou mais do que seus antecessores Jair Bolsonaro (PL), Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT). As despesas de Lula atingiram quase R$ 8 milhões nos sete primeiros meses de seu governo. É uma média mensal próxima de R$ 1,1 milhão faturados no Cartão de Pagamento do Governo Federal, nome oficial desse recurso.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom), órgão da Presidência da República, publicou nota à imprensa na noite desta segunda-feira, 18. O comunicado busca justificar os R$ 8 milhões gastos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cartão corporativo nesses primeiros sete meses de governo.
A nota começa com a alegação de que “o Brasil havia abandonado o seu protagonismo internacional”, sem especificar por quê. Portanto, para resgatar esse papel, o presidente estaria “realizando uma intensa agenda de viagens internacionais”.
A título de comparação, o cartão de Bolsonaro somou R$ 5,3 milhões no mesmo período de seu mandato. Já as faturas de Temer e Dilma foram de R$ 3,8 milhões e R$ 4,9 milhões, respectivamente.
Todos os números estão com correção da inflação. As informações têm como base dados disponíveis no Portal da Transparência, conforme o jornal Folha de S. Paulo apurou.
A respeito do valor em si, o governo declara que “a maior parte dos quase R$ 8 milhões gastos em despesas realizadas com o cartão corportativo [sic]” diz respeito a “serviços de apoio de solo das aeronaves em viagens internacionais”. Ou seja, embarque e desembarque dos passageiros, locomoção dos aviões após o pouso, entre outros serviços.
O governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criou os cartões corporativos em 2001. Sua finalidade é cobrir, com mais agilidade e transparência, gastos com produtos e serviços, viagens, segurança, entre outras despesas gerais relacionadas ao exercício do cargo.