Nos seis primeiros meses deste ano, o Brasil teve um saldo negativo de 428 mil empresas, incluindo as de micro, pequeno, médio e grande porte. Não se trata do número de empresas que fecharam — que é muito maior — mas da diferença entre as que abriram e as que fecharam no período. Não estão na conta apenas os microempreendedores individuais (MEIs).
O levantamento é da empresa Contabilizei, com base em registros do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJs), da Receita Federal, e foi divulgado pelo site g1.
Segundo o levantamento, desde o quarto trimestre de 2021, tem sido mais comum o fechamento de empresas do que sua abertura. Nesse intervalo, foram abertas 2,08 milhões de empresas, enquanto 2,83 milhões foram fechadas. O saldo de empresas eliminadas no período é de 750 mil — e mais da metade (427.934) foi neste primeiro semestre do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Comércio perdeu quase 200 mil empresas no 1º semestre
Em números absolutos, o comércio teve o pior desempenho no último semestre, com mais de 195 mil empresas eliminadas. No segundo trimestre, para cada empresa do setor aberta, duas fecharam as portas, informa o g1.
Em segundo lugar, está o setor de serviços, que teve 183 mil empresas eliminadas da economia nestes seis meses. No segundo trimestre, a cada empresa que abriu, 1,5 fechou as portas.
O levantamento também mostra o declínio do setor industrial. No segundo trimestre deste ano, 7,8 mil indústrias foram abertas, mas três vezes mais — 25,1 mil — foram fechadas. No semestre, o saldo negativo de indústrias foi de 47 mil.
Além disso, a indústria vem com saldo negativo há mais tempo, desde o terceiro trimestre de 2021. O comércio passou a ter saldo negativo no quatro trimestre de 2021, enquanto os serviços só passaram para o campo negativo no terceiro trimestre de 2022.
Os números do semestre de empresas fechadas no Brasil:
comércio: 196,7 mil;
serviços: 183,3 mil; e
indústria: 47 mil;
total: 427,9 mil.
“Foi um período que trouxe várias dificuldades impostas à gestão financeira das empresas, além de um alto nível de endividamento da população”, disse ao g1 o vice-presidente de aquisição e receita da Contabilizei, Guilherme Soares. “Até o reaquecimento do mercado de trabalho formal faz empreendedores voltarem ao trabalho assalariado.”