Preso desde de Maio de 2023, acusado de falsificar cartão de vacina, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve confessar que vendeu as joias recebidas por Bolsonaro em agendas oficiais, transferiu o dinheiro para o Brasil e entregou os valores em espécie ao ex-chefe do Executivo. Quem faz a revelação e a revista veja, nesta quinta-feira, 17, por meio do advogado Cezar Bitencourt, que assumiu a causa do militar recentemente.
“A questão é que isso pode ser caracterizado também como contrabando. Tem a internalização do dinheiro e crime contra o sistema financeiro”, disse Bitencourt à Veja. “Mas o dinheiro era do Bolsonaro”, acrescentou.
Ambas as peças teriam sido vendidas em uma loja nos EUA por US$ 68 mil. Um dos objetos foi readquirido nos EUA por Frederick Wassef, um dos advogados do ex-presidente. Wassef alega ter comprado o relógio para “cumprir a decisão do Tribunal de Contas da União” (TCU).
Conforme a reportagem, partiu de Cid a ideia de usar uma conta bancária em nome do próprio pai, general Mauro Lourena Cid, para receber os pagamentos pela venda das peças nos EUA.
Inicialmente, o general teria resistido à ideia, mas, posteriormente, concordou em emprestar a conta para evitar que Cid viajasse ao Brasil com dinheiro vivo em mãos.
Pai e filho falaram sobre aproveitar a ida do ex-presidente a Miami, nos EUA, em dezembro de 2022, para entregar parte do valor da venda dos presentes.
A ideia de Cid é deixar claro à Justiça que “ajudantes de ordens apenas cumprem ordens”. No caso, a ordem seria de Bolsonaro. O militar está preso desde maio de 2023.