O jornal o Estado de São Paulo, trouxe uma matéria que o desmatamento na Amazônia, está sendo comandada pelos facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), de acordo com a publicação o narcotráfico tem impulsionado os crimes ambientais na Amazônia Legal, com a ocupação irregular de terras, extração de madeira e garimpo ilegal, mas o mesmo jornal, na época do governo Bolsonaro, tentava culpabilizar o desmatamento na conta do presidente.
A denúncia vem do Relatório Mundial sobre Drogas 2023, publicado esta semana pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês). É a primeira vez que o material inclui um capítulo para tratar especificamente da criminalidade na Amazônia.
Segundo o relatório da ONU, plantações de coca em países como Bolívia e Peru são vistas como de “impacto mínimo” em relação ao desmate. O problema está na “economia da droga”, que envolve a mineração irregular, a principal origem do mercúrio que polui os rios, além da grilagem de terra e abertura de estradas clandestinas, que contribuem para a derrubada de árvores.
O Comando Vermelho, segundo o documento, vem estendendo há alguns anos suas operações de garimpo para a região de Madre de Deus, no Peru. O CV, embora tenha perdido força na fronteira do Brasil com Paraguai e Bolívia, é visto como a facção brasileira de maior poder no Norte do Brasil.
Ao mesmo tempo, grupos como o PCC “se infiltraram em múltiplas operações de mineração ilegal, oferecendo ‘proteção’, extorquindo ‘impostos’ e controlando poços e máquinas de dragagem”. Como o Estadão mostrou, a facção atua como “síndica” do garimpo no Território Indígna Yanomami, em Roraima, onde o governo federal decretou emergência de saúde em janeiro.
Ao menos desde 2019, garimpeiros passaram a carregar fuzis, e não mais armas de caça e mudaram até como se vestem, com o uso de roupas pretas, diz relatório produzido pela Hutukara Associação Yanomami, Associação Wanasseduume Ye’kwana e pelo Instituto Socioambiental (ISA).
Pesquisadores afirmam que o Norte tem passado a, cada vez mais, emular práticas do crime organizado observadas no Sudeste. Na última segunda-feira, 26, o Ministério Público do Pará deflagrou uma operação com o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão em casas de quatro suspeitos de integrar a “Sintonia dos Gravatas”, ala de advogados do PCC responsável por passar recados entre membros da facção.
“Encontramos 1.153 bilhetes e cartas de integrantes do PCC que esses advogados faziam entregas”, diz a promotora Ana Maria Magalhães de Carvalho, coordenadora do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do MP paraense. As ações foram realizadas nos municípios de Marabá e Castanhal, mas, segundo ela, os suspeitos estão diretamente conectados a lideranças da capital paulista. “É o mesmo PCC de São Paulo: é tão organizado quanto.”
Segundo o relatório da ONU, crimes vistos como convergentes, de esquemas de proteção e extorsão a lavagem de dinheiro e corrupção, tornaram sobretudo as fronteiras entre Brasil, Colômbia e Peru um ponto violento, com diversos grupos criminosos envolvidos simultaneamente no tráfico de cocaína e na exploração de recursos naturais. Um deles é o Comando Classe A, a quem o PCC se aliou para tentar fazer frente ao Comando Vermelho na Região Norte.
Como consequência das disputas de forças, povos indígenas e outras minorias também são desproporcionalmente afetados pelo que o relatório descreve como “nexo criminoso na Bacia Amazônica”. Isso porque sofrem deslocamento forçado, envenenamento por mercúrio e outros impactos relacionados à saúde.
Além disso, existe o aumento da exposição à violência e à vitimização, em alta em regiões como de Altamira, no Pará. Há pouco mais de um um ano, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados no Vale do Javari, no Amazonas, em crime que marcou o País, onde também tentaram impor a culpa no na época Presidente Jair Bolsonaro.
O engraçado dessa história é que essas mesmas facções trabalharam contra a campanha do Presidente Bolsonaro, inclusive comemoraram muito quando o Presidente Lula venceu a eleição.