A nova sede do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), na região central de Brasília, está há quase nove anos com a obra parada.

Apesar disso, desde 2014, já foram gastos R$ 37 milhões só para manter o que já foi construído ao longo dos últimos anos, o que gera um custo médio de R$ 11 mil por dia. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo.

O tamanho da obra

O projeto foi planejado com três pavimentos sobre pilotis e subsolo, no Setor de Administração Federal Sul. A construção inclui gabinetes de 350 metros quadrados para desembargadores e uma área destinada ao presidente de quase o dobro, 615 metros quadrados.

O objetivo do projeto era comportar a ampliação do tribunal de 27 para 51 membros e o grande volume de processos na Justiça Federal de 1º Grau. Porém a expectativa não se confirmou, e o tribunal conta com 26 integrantes.

Dinheiro público indo pelo ralo

Ao todo, a construção do prédio já consumiu R$ 547 milhões dos cofres públicos. Segundo o tribunal, o término da obra está previsto para novembro de 2030. Até lá, o custo subirá para R$ 1,4 bilhão, mais do que o dobro do previsto quando o projeto foi iniciado.

Todos os recursos são oriundos do orçamento da União, conforme limites fixados pelo Conselho da Justiça Federal.

Ação questiona construção do prédio

Em 2008, o Ministério Público Federal no Distrito Federal chegou a ajuizar uma ação civil pública pedindo a suspensão da construção.

Para o procurador da República Rômulo Moreira Conrado, ela é um “atentado ao princípio da economicidade”. Na ocasião, a obra estava orçada em R$ 480 milhões, com previsão para terminar em 2015.

Irregularidades

O Tribunal de Contas da União chegou a constatar sobrepreço e, em 2009, o TRF-1 anulou uma licitação depois de constatadas irregularidades na execução.

Desde então, diversos contratos já foram interrompidos. O primeiro foi firmado com o consórcio das empresas Via Engenharia, OAS e Camargo Corrêa, em 2007.

Segundo o tribunal, o último foi celebrado em 2013, com a construtora LDN Ltda, para a proteção de estruturas e execução de serviços de drenagem de águas pluviais. Os serviços foram finalizados em outubro de 2014.

O que disse o TRF-1?

Ao jornal, a assessoria de imprensa do tribunal respondeu que a obra está parada “por diversos problemas que levaram à rescisão do contrato com empresas executoras” e que houve a necessidade de atualização tecnológica e normativa dos projetos, etapa atual.

Também afirmou que há custos com a manutenção do canteiro de obras e vigilância do local e que o valor estimado “vem aumentando em proporção aos índices de construção civil”.

Fonte: Revista Oeste

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