Pela primeira vez o Presidente Lula admitiu não ter força no Congresso Nacional, a fala aconteceu hoje em um evento na Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo.
“A esquerda toda tem no máximo 136 votos, isso se ninguém faltar, para votar uma coisa simples, precisamos de 257 votos. E, para aprovar uma emenda constitucional, é maior ainda o número de deputados. É preciso que vocês saibam o esforço para governar. Na quinta-feira, a gente corria o risco de não ter aprovado o sistema de organização do governo. Aí, não precisa procurar amigos. Tem que conversar com quem não gosta da gente.”
Apesar de conseguir aprovar a MP dos ministérios outras 3 medidas provisórias caducaram, a que pedia a extinção da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que teve ser realocada em um ministério, a MP do Carf que estabelecia o chamado “voto de qualidade” a favor do Fisco — ou seja, favorecia o governo no caso de empates em julgamentos no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). Essa regra existiu até 2020, quando o então Jair Bolsonaro sancionou a Lei do Contribuinte Legal, que passou a favorecer o contribuinte em caso de empate. Com o retorno do voto de qualidade, a equipe econômica esperava arrecadar cerca de R$ 50 bilhões, mas o Presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira já avisou que acha difícil o texto ser aprovado.
A 3° MP que não está mais valendo é a que transferia o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Banco Central de volta para o Ministério da Fazenda, como não conseguiu ser votada, ela volta a seu lugar de origem.
Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a tensão se deu em razão da dificuldade do governo em dialogar com o Congresso. Lira teceu duras críticas ao governo Lula e disse que a Casa não se esforçaria mais para ajudar.
Antes de a votação começar, Lira disse que, caso a medida caducasse, a culpa seria do governo. Além disso, que a gestão petista tinha, naquele momento, apenas 130 votos favoráveis.