Durante o sepultamento de um dos policiais mortos na chacina de Camocim, chamou a atenção o posicionamento do Secretário de Segurança Pública do Ceará  Samuel Elânio de Oliveira Júnior, onde ele afirmou que a pasta “já tem uma grande estrutura de apoio biopsicossocial com várias pessoas da área da saúde”.

Especialista e entidade representativas de Militares Estaduais discordam da afirmação do secretário, ouvidos pelo Ceará Antenado, eles afirmam que o atendimento Biopsicossocial para os profissionais de segurança pública e muito além do ideal, e que se não fosse pelo trabalho das associações, a situação seria bem pior, já que o estado não tem um equipamento para tratar da saúde mental dos profissionais de segurança pública.

“Hoje temos uma grande leva de integrantes nas ruas sob efeitos de medicamentos com tarja preta, porque se eles se afastarem, perdem a remuneração. Eles se obrigam a não tirar licença médica e ficam administrando a medicação, que tem efeitos devastadores” afirma o Presidente da Aspramece P. Queiroz

O policial federal Roberto Uchoa, graduado em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, disse que que o adoecimento mental dos agentes de segurança tem aumentado de forma relevante. “Qual a nossa dificuldade? A gente aponta isso para os governos, a gente tem iniciativas do Ministério Público mostrando que é preciso fazer algo. Mas toda vez que ocorre algo do tipo, a gente cai no mesmo erro de culpabilizar somente o autor”.

De acordo com o especialista em Direito Penal e Criminologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), as corporações precisam oferecer um local de escuta, visto que “não adianta chegar só no momento em que explode”.

“Eles têm que saber que há um local onde serão ouvidos e terão segurança para tratarem seus problemas com a segurança de que o que relatarem não será repassado para seus superiores”, explica.

Quando questionado como à Secretaria de Segurança pública monitora esses casos, nos quais agentes de segurança têm problemas psicológicos ligados diretamente ao exercício da profissão e que tipo de acompanhamento é feito com os agentes de segurança e se há algum protocolo, mas não tivemos resposta da secretária em relação a esse assunto.

 

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