O levantamento feito pela Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel) aponta que no Ceará, 29% dos bares e restaurantes operaram no vermelho em fevereiro, enquanto 38% trabalharam com estabilidade e 31% tiveram lucro.

Nacionalmente, o cenário mostra uma porcentagem de 30% dos estabelecimentos no Brasil operando no negativo, sendo o maior dado registrado desde maio de 2022. Outros 36% trabalharam com estabilidade e apenas 33% tiveram lucro, uma queda de 10 pontos percentuais em relação ao mês anterior.

No Ceará, houve um crescimento de sete pontos percentuais em relação a janeiro dos empresários operando com as contas no vermelho, e queda de nove pontos na análise dos que tiveram lucro. Dentre os motivos apontados na pesquisa para o resultado, influenciou a queda das vendas no último mês, para 85% dos estabelecimentos, seguido pela redução do número de clientes (78%), custo dos insumos (48%), dívidas com impostos e taxas (44%) e dívidas com empréstimos (30%)

Sobre as dividas, a Abrasel aponta que em fevereiro mais da metade dos estabelecimentos, cerca de 51%, estão em atraso dos pagamentos.

Das empresas, cerca 81% devem impostos federais, 53% impostos estaduais, 30% encargos trabalhistas e previdenciários, 32% taxas municipais, 15% devem fornecedores de insumos, 32% serviços públicos e 19% estão com o aluguel em atraso.

“Aumento de impostos, inflação, juros altos têm sido uma combinação bombástica para bares e restaurantes, que vêm se endividando cada dia mais com empréstimos e dívidas com impostos, colocando esse importante setor do país em rota de colisão com a falência e desemprego”, explica Taiene Righetto, presidente da Abrasel no Ceará.

Já o presidente da Abrasel nacional, Paulo Solmucci, cita que um dos pleitos do setor é a volta do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), mas frisa que a sinalização do governo é que o segmento não poderá contar com o benefício.

“É uma situação limite para muitos empreendedores e que pode causar ainda mais perdas para o setor e para o país”, diz.

No Brasil, a pesquisa também revelou que 68% dos bares e restaurantes têm empréstimos bancários contratados e a inadimplência é de 27% entre os que tomaram dinheiro de linhas regulares, um aumento de 6 pontos percentuais em relação à pesquisa de fevereiro.

Dentre os que aderiram ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), a inadimplência é de 18%, sendo cinco pontos percentuais a mais do que o registrado no última levantamento.

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